quinta-feira, 23 de julho de 2020


Existe algo assustador sobre as mulheres que se curam a partir das próprias feridas.
Eu sei.
Existe algo intrigante sobre a mulher que se senta sozinha, degusta seu café e sorri devagar, como quem flerta com a própria verdade.

Hoje eu entendo porquê certos olhares, insistentemente, me fitam com um ar de curiosidade.

Sou eu quem risco e arrisco no traço do meu passo.
Ando sem pressa, corro fluindo.
Não peço permissão, não sou permissiva:
apenas me permito.
A quem já me apresentei um dia, peço que me desconheça - não sou a mesma de ontem.
Também estou conhecendo a mim.

E eu que nunca foi muito organizada, me pego alinhada com a única verdade que importa: a minha.
Meu desejo é a minha verdade.
Minha expressão é a minha verdade.
Meu valor é tudo o que sou.

Criei raízes profundas; não é qualquer coisa que me desestrutura.
Uma tempestade me move, mas não me tira do lugar.
Certas pessoas são feito chuva que nutre. Outras, feito vento que carrega - sabedoria é não se deixar levar.

Uma boa dose de limite;
Uma porção generosa de humildade;
Um punhado de força, da boa, da braba - essa é minha receita pra ser feliz.

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