quinta-feira, 18 de junho de 2020

Tava na cara que não íamos durar um mês. Eu que sou teimoso em estacionar o coração em lugares proibidos. Acho que quando a pessoa é errada ela já deveria vir com uma placa enorme na testa escrito “não se aproxima” só ai para nós já ficarmos cientes e nem nos envolvermos. E o mais foda de tudo isso é que essas pessoas, além de erradas e não deixarem estampado na cara o que são, veem com beijo gostoso, conversa saudável e sexo bom. ⠀

E eu sabia que não era pra ser. Tenho um sexto sentido que nunca falha. Depois do terceiro encontro o nosso carinho morreu. O amor esfriou. A luz do quarto apagou. Trancamos nossas janelas e pulamos pelo portão. O papo já não era mais o mesmo. Os beijos já nem demoravam tanto. O sexo era rápido e prazeroso só para um. A vontade de estar perto parecia obrigação “porra, tenho que ver ele hoje”. Ambos estavam decididos que não passariam daquilo mas ninguém tinha coragem de mandar o outro embora. Parecia que um estava fazendo o outro de step, de segundo plano, só para tapar buracos, e o outro sabia, mas fazia - também - a mesma coisa. ⠀
Acho que a gente tem que ser sincero no que sente, principalmente quando envolve o coração do outro.
Falar o que quer e o que não quer. Falar o que sente o
que também não sente. Nunca deixar palavras entaladas na garganta. Mandar tudo na lata. Ser mais transparente. Acho que se as pessoas fossem mais sinceras uma com as outras não teria tantos corações magros e morrendo de fome por tanta falta de amor que existe por aí. ⠀
E eu sabia que não passaríamos daquilo. Não durou nem um mês. Foi mais rápido que as novelas da Globo. Ultimamente meus amores tem sido assim mesmo: uma curta-metragem. Quando passar de 6 meses vou até soltar fogos de artifícios. Porque tá difícil achar alguém que “fique”, pois só ando me prendendo em pessoas que “vão”. E quando se trata de amor e envolve o coração... eu ainda não aprendi a dar “tchau”. ⠀

Fernando Oliveira

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