Acho que me tornei uma pessoa mais madura quando aprendi a aceitar que não tenho nas mãos o controle do tempo. Eu não faço a menor ideia de onde estarei daqui a cinco anos, um mês, nem mesmo daqui a uma hora. E a vida vai se encarregando de moldar-se ao meu redor e me surpreender com as novidades. Com perdas, ganhos. Encontros. Outro dia eu não pude deixar de pensar no ponto onde eu estava – E como eu não esperava que tudo isso estivesse acontecendo, há um ano atrás. Eu conheci novas pessoas, fiz novas amizades. Disse adeus pra alguns que eu simplesmente pensava que ficariam pra sempre. Troquei de trabalho, comecei a ler outros livros, falar de outro jeito. Tive que lidar com dores desconhecidas e soube me abraçar quando ninguém mais poderia fazer isso por mim. E eu não mudaria nada, nem mesmo nos piores momentos. Acho que eu tive exatamente o que eu precisava pra aumentar a minha força. Pra saber que mês que vem talvez algo me doa tanto que eu precise parar tudo por uns instantes e chorar sozinha no meu quarto, mas sabendo que mesmo as agonias que parecem infinitas simplesmente perdem a importância depois de um dia ou outro. Eu amadureci o suficiente a ponto de estar com as pessoas não esperando que elas fiquem pra sempre e estejam do meu lado apesar de tudo. Aprendi a estar com elas vivendo apenas o momento presente. Sabendo que talvez elas partam amanhã, mas que de qualquer forma terão sido válidas. Terão me ensinado algo – E eu também terei ensinado um pouco do que sei pra elas. Passou um pouco também a urgência, a mania de querer que os outros acompanhem o meu ritmo acelerado. Eu aprendi a respirar, a parar de esperar que tudo dê errado. Eu também tenho aprendido, aos poucos, a aceitar minhas falhas e atitudes erradas, minha impulsividade. Ninguém é perfeito, no fim das contas, e é só abraçando os meus próprios defeitos que consigo lidar melhor com cada um deles. Eu também aprendi a ser bondosa comigo mesma, porque eu tenho feito o melhor que posso. E sei que isso é o suficiente.
@textoscrueisdemais
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