Uma coisa que eu precisei ressignificar foi o perdão. Depois de passar uma relação abusiva eu tive que ter coragem de abrir mão de coisas que eu achava que merecia pra segurar firme o que eu realmente precisava: eu mesma.
Pra mim, perdoar significava ficar, dar uma nova chance, ou me abrir mais uma vez pra quem me machucou, ou permitir que o outro retornasse pra me bagunçar ainda mais. Depois eu percebi que perdoar é sobre eu e eu mesma. É sobre eu olhar pra mim mesma, é dizer: “tá tudo bem, vai passar, eu não mereço isso, eu te perdoo por ter colocado expectativas demais, eu te perdoo por ter prolongando uma relação mais do que deveria, eu te perdoo por ter se sabotado e se maltratado pra caber em alguém ou aceitar alguém que machucava por medo de ficar sozinho.
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Porque a gente precisa se perdoar pra seguir leve. E se o outro foi escroto, traíra, fingido comigo, que ele se perdoe com ele mesmo. Que se resolva com o carma, com o tempo, com a vida. No final das contas a gente precisa cuidar do que é nosso. E eu tenho aprendido a cuidar cada vez mais de mim.
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Hoje eu entendo que perdoar, não é sobre permanecer naquilo que me machuca, é sobre saber dizer adeus. É sobre deixar ir. E sobre reconhecer quem eu fui, sem me culpar pela intensidade e afeto que eu dei, mas principalmente, aceitar quem eu sou, e dizer pra mim mesmo: eu tô contigo até o final.
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